III Fórum Nacional da Juventude Vicentina

Agora são 19:39 do dia 29 de setembro. Passo pela rodovia Ayrton Senna, em São Paulo, cercado pelo trânsito complicado e o movimento constante de uma cidade gigantesca. Tudo parece muito grande para um menino do interior, lá de Paulo Afonso, na Bahia. Minha inquietude me pede para escrever sobre esses dias incríveis do evento Vicentino. Foram palestras marcantes, inspiradoras e desafiadoras, que mexeram profundamente comigo. Reencontrei amigos queridos que não via há tanto tempo, e conheci novos amigos – não simples colegas, mas irmãos de alma, assim como os antigos. Foram dias de animação, de bandas, de partilha. Poderia contar tudo isso em um livro, talvez até escrever o volume II do Minhas Histórias Vicentinas. (Livro particular) Apesar de tudo isso, sinto que ainda não consigo traduzir em palavras o que carrego no peito agora. Quem me conhece sabe que sou de conversa fácil, que gosto de brincar e puxar assunto. Às vezes, até exagero. Mas, em vários momentos, busquei a solitude – não solidão, mas aquela solitude que me permitiu estar comigo mesmo. Queria ter como companhia os pensamentos de Ozanam, as ações de Vicente, o olhar amoroso de Maria e, acima de tudo, o exemplo de Jesus. Refleti sobre aquele primeiro amor, o que me fez querer ser um Confrade Vicentino. Lembrei da Csc Penha, do Conselho Particular de Maruípe, e de como, em uma formação recente, ela me questionou sobre meu afastamento da Sociedade. O que fiz com os talentos que Deus me deu? Senti um toque profundo em minha alma ao lembrar das ações que realizamos juntos na Comissão de Jovens do Conselho Central de Vitória. Também me veio à mente a Csc Ada, que, ao me ver chegar, pediu para que eu atravessasse um corredor cheio de confrades e consócias que assistiam a sua fala, para que lhe desse um abraço enquanto falava para o grupo. Abraço de coração com coração. Compartilhou com os presentes algumas das tantas histórias ao longo dessa nossa caminhada. Walter, sempre paciente comigo, presente nos meus desafios vicentinos e pessoais. Fátima, grande psicóloga e incentivadora, que me fez estar aqui neste fórum com seu incentivo constante. Quantos aprendizados compartilhamos nestes dias... O III Fórum da Juventude aconteceu para um Sidney que já não é tão jovem assim. E que bom por isso. Aliás, muito bom por isso. Sinto no coração que participei do melhor Fórum Nacional da Juventude Vicentina de todos os tempos. Revi rostos familiares, encontrei outros que mudaram, e conheci novos que me surpreenderam positivamente com humildade e grandeza. A juventude Vicentina se renovou, e talvez esta geração seja ainda melhor que a da minha época. Eles podem cometer erros, mas também têm um imenso potencial para grandes realizações. Ser Vicentino não é para qualquer um. Não digo isso para excluir, diminuir ou achar que alguns são melhores que outros. Mas faço essa constatação pessoal para reconhecer que Deus dá a cada um talentos específicos. E hoje tenho certeza de que esses jovens estão cheios dos dons de Deus. Agora são 20:38, e já não sei mais exatamente onde estou. Apenas sei que estou voltando para casa, será uma viagem longa. Agora a solitude pode sim ser confundida com solidão, pois estou viajando sozinho, quando na verdade queria levar comigo todas essas pessoas que estiveram neste fórum. Refleti que me sinto pronto para usar os meus dons em favor da Sociedade de São Vicente de Paulo. A consequência disso, como bem disse a Carol, é que o principal beneficiado por isso são os nossos Mestres e Senhores. Já não tenho mais medo. Já não sou covarde. Sei meu dever, sei onde e por quem devo agir. Sei com quem posso contar. Sei qual é o meu papel neste mundo. Obrigado Conselho Central de Vitória, Obrigado Conselho Nacional do Brasil, obrigado CNJ Nacional. Que honra para Paulo Afonso-Bahia ter um Coordenador Nacional da Juventude Vicentina e o um coordenador da Região 6. Obrigado irmãos e irmãs Vicentinas, queridos amigos e amigas, por me proporcionar essas coisas incríveis

Comentários